Qual é a diferença entre maremotos e tsunamis ?
Nenhuma. O termo tsunami é usado mais correntemente pela comunidade científica. É uma palavra japonesa que significa “vaga de porto”. O mais antigo de que há notícia ocorreu em 1490 A.C., quando a explosão do vulcão Santorin devastou as costas do mar Egeu.
Como se formam os “tsunamis”?
Os tsunamis desempenham o papel de válvula que liberta a energia proveniente de um evento catastrófico. Por vezes a causa é um tremor de terra significativo ou a explosão de um vulcão. A causa mais frequente é um sismo. O movimento vertical do fundo submarino é transmitido à massa de água e provoca uma deformação à superfície. Ela gera a formação de uma sucessão de vagas que se deslocam à velocidade de um avião (800 a 900 km-hora), com uma fraquíssima dissipação de energia. A cadeia de vagas pode atravessar o Pacífico em 24 a 48 horas: sismos no Chile provocaram maremotos no Japão. A importância do tsunami depende da intensidade do sismo, da profundidade do seu epicentro (quanto mais à superfície, mais o oceano lhe capta a energia), e da importância dos movimentos verticais que provocou. Os tsunamis são muito mais raros no oceano Atlântico. Cientistas britânicos receiam que uma erupção vulcânica nas Canárias provoque uma vaga capaz de submergir as Caraíbas e as costas americanas, mas estas hipóteses não foram verificadas.
Que se passa quando um tsunami se aproxima da costa? 
Ao largo e em águas profundas, as vagas têm um comprimento de onda (a distância entre duas cristas) muito amplo, entre 20 e 300 quilómetros. Como a sua altura é muito fraca – entre alguns centímetros e várias dezenas de centímetros –, são indetectáveis num barco. É o oposto de uma “vaga celerada” produzida pela conjugação de fenómenos meteorológicos e oceânicos (tempestade, correntes, etc.,) que, ao largo, pode erguer uma muralha de água com mais de 30 metros de altura e capaz de afundar navios. Ao aproximar-se da costa, porém, a frente de um tsunami é rapidamente travada enquanto a retaguarda a apanha: a vaga contrai-se e ganha altura. É um verdadeiro muro de água que se abate sobre a costa, geralmente com três a seis metros de altura, mas que já atingiu em alguns casos 30 metros. Em geral, a primeira vaga não é a mais forte e as seguintes podem chegar alguns minutos ou mesmo uma hora mais tarde. A energia é fenomenal e pode projectar rochas, navios e casas para terra, a várias dezenas de metros de distância. E nem sempre as construções mais sólidas resistem à força das vagas. Os estragos são amplificados nas baías e estuários, que concentram ainda mais a energia dos tsunamis.
Pode prevenir-se um maremoto por antecipação?Não, da mesma forma que não é possível impedir um sismo. É por essa razão que foi criada uma rede internacional de vigilância. Uma panóplia de equipamentos permite recolher informações: sismógrafos, marégrafos e captadores de pressão colocados nos fundos submarinos, além de satélites de observação científica. Quando ocorre um sismo todos estes dados alimentam modelos informáticos de previsão do trajecto e da amplitude das vagas. Se necessário, o alerta é dado. O sistema de alerta de tsunamis do Pacífico está sediado no Hawai, sob a égide das Nações Unidas. Participam nele cerca de três dezenas de países, que financiam a sua actividade.
Como se podem limitar as consequências de um tsunami?
Se os bens materiais dificilmente podem ser preservados, a única protecção para as pessoas consiste em deslocarem-se o mais depressa possível para os pontos altos das redondezas. É uma missão quase impossível nas costas baixas, nos deltas dos rios e nas zonas próximas do ponto de formação do tsunami. Para ser fiável, o alerta necessita de um tempo prévio de vários minutos a várias dezenas de minutos para análise dos dados científicos de modelização do fenómeno. Isso torna o sistema de alerta ineficaz, excepto nos fenómenos de amplitude oceânica. Neste último caso, tendo em conta o tempo percorrido pelas vagas, o alerta pode ser dado várias horas antes, permitindo uma boa informação às populações. Estão em curso numerosos trabalhos científicos, sobretudo no Japão, para tentar reduzir o prazo de alerta a escassos segundos.